super homem? que nada.

Há tempos atrás reclamava que o super homem não iria me salvar, eis que então numa noite de sexta-feira tenho uma barzinho marcado com ele! O meu super-homem (até então)!

Fomos eu, ele e mais outras pessoas. Bem, super nervosa, ok. Mas quando ele abre aquela boca, me jorra os papos mais desinteressantes o que me levam a um silêncio absoluto. E ele me pergunta: - Você é assim sempre calada? Eu: - Não, só quando me convém. Ele: Sei que você gosta de conversar, eu te observo o dia todo, você conversa bem e faz os seus amigos sorrir. Eu: É que pra mim as vezes é dificil conversar com quem nunca falei antes, soube, por exemplo, o seu nome hoje. ( completei com um sorriso esforçado). Acho que não consegui disfarçar a minha decepção. De repente tudo se inverte e o principe vira sapo. Bem cedo ele foi embora, mistura de alivio e decepção, fiquei com as outras pessoas, conversei, foi otimo, e a noite terminou super bem.

Não sei o que ele está pensando de mim e da minha mudez, mas parece que ele não parou de me observar por causa disso.

"Apesar do olho no olho, mais uma vez eu fiquei de molho."

Nada tenho vez em quando...

Enquanto acordo todos os dias na esperança de que o super homem venha me salvar, eu durmo com a dúvida de que isso um dia realmente vá acontecer. Tardes diferentes, mesmo que eu ganhe por 7 horas alguns olhares indiferentes, sem nem um fio de sentimento.

Penso que sou mesmo uma boba, ao não controlar meus tremores e as minhas batidas cardiacas quando ele se aproxima, ou até mesmo quando penso em aproximar-me. É tão difícil pra mim conviver com essa incerteza e depositar sentimentos em quem nem ao menos se importa comigo.

Talvez ele tenha mulheres melhores, eu sou apenas um projeto do que um dia seria uma mulher. Mulheres mais lindas, mais experientes, mulheres e não uma menina boba que não consegue parar de olhá-lo, como uma criança olhando a vitrine de uma bomboniere.

Eu tento ocupar o meu lugar, mas olhá-lo pra mim é tão suficiente, é tão maravilhoso, muda o meu dia pra melhor, mesmo sabendo que pro super-homem eu não passo de um pequeno polegar.

"Pra viajar nos cosmos não precisa gasolina"

Você vive hoje uma vida que gostaria de viver por toda a eternidade?

Friedrich_Nietzsche

O primeiro voto.

Pois bem, votei! Ai uma aventura, a começar por achar o local onde votaria. Primeiro fui no local errado por indicação dos meus pais, depois consegui me achar. Confesso minha inesperada emoção ao votar (hahahaha), soltei até um gritinho de susto quando fui pega de surpresa ao perceber que o primeiro voto era pra vereador, e pasmem, eu não tinha candidato a vereador e não dava tempo de pensar... vi aquele botãozão branco e apertei ele bem rapidinho, confirmei e pensei: "seja lá o que Deus quiser." Em seguida veio o mais emocionante, o prefeito! Já tava com meu candidato em mente a séculos, desde que não podia votar, eu sempre gostei muito dele. Devo confessar a minha insatisfação com o meu atual prefeito, quero mudar e votar no MEU candidato. Tá, ok, votei. Me achei um pouco cidadã e de repente senti o peso de Salvador nas costas. Me perguntei se o meu candidato ia ser melhor que o atual, mas depois desencanei e pensei: "seja lá o que Deus quiser."

(passam as horas...)

Apuração! Segue a torcida pelo meu candidato.
Decepção! Meu candidato está em terceiro lugar na apuração. Poxa, penso desolada.
A decepção continua e se instala, segundo turno e o meu candidato está eliminado! è a primeira vez que voto e meu candidato não é eleito. Isso é no mínimo traumatizante. Agora tem segundo turno e eu odeio os dois candidatos. É o fim da minha cidade. É o meu fim como eleitora e cidadã. Chega de eleições. Chega de andar num sol de rachar pra votar. Chega de votar pra nada. Chega!


(Não entendo muito o meu desconforto, mas estou decepcionada, é inevitável.)